Room 311

-Calma. - inclinei-me para a frente e beijei-o - Simon. - gemi baixinho. Voltei a sentar-me direita e movi-me mais depressa. Coitadinho, não queria torturá-lo mais.

Num ímpeto virei-nos na cama e era eu que estava em controlo agora.
Movimentei-me mais umas vezes e finalmente me vim, mas continuei a mexer-me para Madison acabar.

Revirei os olhos quando ele nos virou na cama de modo a ficar por cima. Mas que mania de estar sempre no controlo! Gemi alto, agarrando-me aos lençóis e vi-me pouco tempo depois dele. Fechei os olhos.

Saí de dentro dela após ela ter acabado e dei-lhe um beijo.
-Vem jantar comigo, hoje à noite - pedi ao seu ouvido e levantei-me para me ir vestir.

Beijei-o, mantendo os olhos fechados que se abriram muito de repente quando ouvi o pedido. Sentei-me na cama completamente atordoada. Não conseguia acreditar que ele me tinha acabado de perguntar aquilo - Adorava jantar contigo. - murmurei, depois de algum tempo sem reação. Levantei-me da cama e fui até à gaveta, beijando-lhe as costas quando passei por ele. Tirei um triquíni desta vez, que apesar de fato de banho, conseguia ser sexy.

Sorri para mim mesmo quando ela aceitou e por dentro eu estava aos saltos.
-Fixe - tentei manter-me calmo e sorri-lhe quando ela passou por mim - Onde é que tu pensas que vais com isso vestido? - perguntei apontando para a amostra de fato de banho que ela tinha na mão.

Sorri-lhe de volta. Como é que ele conseguia estar tão calmo? Eu estava a morrer de excitação. Ergui a sobrancelha devido à pergunta dele - Para a piscina? Contigo? - enfiei o triquíni pelas pernas e puxei-o para cima. Quando acabei de o vestir fui até ao espelho - Perfeito. - murmurei para mim mesma. Era a primeira vez que o estava a usar e já o adorava.

Peguei num lençol da cama dela e embrulhei-a nele.
-Assim vais bem - disse coçando a cabeça - Não há probabilidades de te violarem.

-Simon! - revirei os olhos e virei-me para ele - Se achas que eu vou para a piscina com um lençol não estás bom da cabeça. - destapei-me e mandei o lençol para cima da cama, indo à gaveta buscar uma túnica que me dava até depois do rabo - Melhor? - fiz uma pose.

Revirei os olhos quando ela tirou o lençol, mas ela lá foi vestir outra cena.
-Ahh sim, mas não te dispas, nunca, ali não - avisei.

-Sim, está calor, eu vou para a piscina e não me vou despir. - revirei os olhos. Joguei as almofadas para o chão e comecei a fazer a cama - E o que tem eu despir-me, hãn? - olhei para cima por momentos, mas voltei ao meu ofício. Quando acabei voltei a pôr as almofadas em cima da cama e fui até à mesa buscar os croissants e os sumos. Sentei-me na cama - Anda, vamos comer. - bati na cama.

-Hã? Nada... é só que andam por aí pessoas muito perigosas e tu não devias expôr-te assim... é só isso - inventei assim uma desculpa. Eu tinha uma pontinha de ciúmes, mas não podia deixar que ela soubesse.
-Okay.
Comemos num instante e eu olhei para o relógio e já eram horas de eu me ir embora.
-Madison, temos de nos despachar!

-Hum hum, pessoas perigosas. - ri-me da desculpa esfarrapada dele ao mesmo tempo que dava uma dentada no meu lindo croissant. Comemos e tinha acabado de limpar a boca quando ele começou a stressar e a dizer que tínhamos de ir - Acalme-se, querido! - pus as coisas no lixo e enfiei as minhas havaianas - Agora sim podemos ir.

Fui para o meu quarto. Agradeci à minha irmã o facto de ter vindo comigo e disse que se podia ir embora se quisesse. Ela sabia que eu gostava de estar sozinha quando acontecia alguma coisa. Tomei um banho rápido apenas para tirar o cloro do corpo e vesti uns calções desportivos e um top. Deitei-me na cama e não aguentei mais. Cobri a cara com a almofada para impedir a minha irmã de ouvir os soluços no quarto ao lado. Chorei até perder as forças e adormecer.

Assim que cheguei ao quarto de Madison, bati à porta, mas não estava a obter nenhuma resposta, por isso tentei abrir e tive sorte.
Entrei no quarto e vi-a adormecida na sua cama.
Sentei-me silenciosamente em cima da cama e fiquei a olhar para ela. As suas bochechas estavam vermelhas... tinha estado a chorar, por minha culpa!

Acordei sobressaltada de um sonho estranho relacionado com Simon. Virei a cabeça para o outro lado, abrindo os olhos ao de leve e vendo Simon sentado a meu lado. Sentei-me muito de repente - Como é que entraste aqui? - a minha voz estava toda grogue e tive que me apoiar na cama para não cair para trás.

-A porta estava aberta - olhei para a porta e depois de volta para ela.
-Madison...acerca de há bocado... - olhei para as minhas mãos e depois de novo para Madison.

Levantei o olhar à espera de uma resposta e arrependi-me de o fazer. Fixei o olhar na parede, demonstrando menos emoções possíveis - Não te incomodes. - impedi-o de continuar a falar - Agora sai do meu quarto, se faz favor. Eu estava a dormir. - magoava-me falar assim com ele.

-Mas ouve-me primeiro - pedi e aproximei-me mais dela - Eu...eu estou confuso Madison, isto não é fácil para mim - inspirei fundo e depois expirei - Aquilo que eu disse...eu quero que seja verdade, mas tenho medo, Madison, tenho medo.

Apesar de me estar a custar consegui manter o olhar na parede enquanto ele falava. Mas não consegui manter-me sem expressão. O queixo começou a tremer-me descontroladamente e lágrimas escorregaram-me pela cara abaixo. Tapei a boca para me impedir de soluçar. Eu não estava a chorar por mim. Estava a chorar porque não queria que ele tivesse medo, queria que ele estivesse feliz e bem.

Ela começou a chorar e eu estava a ficar assustado.
Limpei-lhe as lágrimas com os meus dedos e olhei para ela.
-Porque é que estás a chorar? - perguntei.

Não aguentei mais e tive que olhar para ele -E...eu eu não quero que tenhas medo. Quero que sejas feliz. - parei para deixar sair um soluço - Não quero complicar a tua vida. Só a quero facilitar. Desculpa Simon. - solucei e enterrei a cara nas mãos. Não costumava chorar muitas vezes mas quando o fazia era complicado.

-Hey, hey, calma, não chores - pedi e puxei-a para o meu colo. Eu não fazia ideia do que havia de dizer para ela se acalmar, por isso comecei a cantar baixinho - Eu hei-de sobreviver.

Assenti muito rapidamente e enrosquei-me no colo dele. Queria parar de chorar mas estava a ser difícil acalmar-me. Fiquei em silêncio e de olhos fechados, a ouvi-lo cantar, até os soluços passarem por completo. Quando isso aconteceu abri-os devagarinho - Eu não me importo de ser tua. Eu quero ser tua, Simon. - disse baixinho.

Pressionei os meus lábios contra a sua testa e continuei a cantar até ela se acalmar.
Quando ela se afastou e disse aquelas palavras, sorri como não sorria há algum tempo.
-Tens a certeza? - perguntei, fitando-a.