Jardim/ Praça

Fechei os olhos quando me beijou o pescoço, sentindo um arrepio percorrer-me a espinha e arrepiar-me toda. Ele nem sabia o efeito que tinha em mim só de falar-me, quanto mais estar para ali a dar-me beijos!
Senti o meu corpo embater no dele e abri os olhos novamente, vendo Erik a olhar atentamente para Ethan.
- Que tipo de loucuras? - olhei para ele também. - E aventuras. - acrescentei baixo, mordendo o lábio ao sentir-nos tão tão tão próximos.
Minha nossa, conseguiria eu resistir-lhe?

- aventuras sexuais, es jovem devias divertir.te. nao te fazia mal fazer sexo com um desconhecido de vez em quando, fumar um charro, beber demais e acordar na manha seguinte sem te lembrares de nada - expliquei o que queria dizer com loucuras e aventuras - tens de viver a vida ao maximo - voltei a chupar.lhe a pele, deixando.a levemente marcada - nao me vais dizer que nunca fizeste nada disso, pois nao ?

Ouvi-o, mordendo o interior da bochecha. A resposta era não. Eu sempre me tentara manter afastada desse tipo de coisas, o que se tinha revelado um sucesso mesmo sendo num ambiente completamente viciado em drogas, alcool e sexo: eu era, definitivamente, de um dos bairros mais cheios disso em Londres.
- Não. - disse baixo. Ele não gostava de mentiras, certo? Então mais valia dizer a verdade. - Portanto, sim. Vou dizer-te isso mesmo. - olhei-o por segundos e engoli em seco, olhando depois para baixo.

- és virgem no que toca a sexo e a bebedeiras e a droga ? - perguntei ligeiramente surpreendido. nunca tinha conhecido ninguem como ela, alias ja tinha tirado a virgindade a algumas raparigas mas que fossem virgens em bebedeiras, sexo e droga eram raras - nunca te interessaste por alguem ao ponto de quereres ir para a cama com essa pessoa ?

Mordi o lábio com força e não olhei para ele. Porra, devias ter dito que não o fizeste com desconhecidos! Ele agora vai pensar que és uma idiota e santinha.
Abanei ligeiramente a cabeça e suspirei baixinho.
- Não sabes o ambiente onde vivi. Ias perceber. - disse baixinho, tocando no nariz de Erik com um dedo.

- Entao em que ambiente e que vivias ? - perguntei sem deixar o seu pescoço, continuando a beija.lo e a deixar.lhe leves marcas. independentemente do ambiente em que se tenha vivido toda a gente sente desejo pelo sexo oposto ou pelo mesmo sexo e ate se apaixonam - nunca tiveste um namorado com o qual quisesses fazer sexo ? ninguem mesmo ?

Mordi a pontinha da língua.
- Eu vivi num dos piores bairros de Londres. - disse baixo.
Olhei para ele e engoli em seco.
- Do meu bairro, não. Eles tentavam sempre... obrigar. 
Muitas vezes tinha que fugir dos becos quando voltara para casa da minha mãe. Lá só ia encontrar adolescentes drogados com vontade de praticar violações ou... mortes.

- porque é que nunca te mudaste ou aprendeste a defender.te sozinha ? - perguntei, afastando.me eu do seu pescoço. nao a queria obrigar a nada obviamente, nem a ia forçar a ter sexo comigo so porque sim - nunca te apaixonaste por um rapaz ou tiveste um namorado ? 

- Eu mudei-me durante a minha infância e parte da adolescência, mas sempre tive fortes ligações lá. E... pronto. - fiz uma careta. Porquê que Ethan Cruise se encontrava tão curioso a meu respeito?!
Olhei para ele.
- Sim, já tive namorados. Mas... sempre foram cenas de miúdos. - encolhi os ombros. - E já me apaixonei. - disse baixo. Eu estou apaixonada, idiota. - Não me tentes compreender, se o estiveres a tentar fazer. Nem eu me compreendo. - abanei a cabeça e, com uma mão, peguei na minha mala e no meu livro que tinha colocado no carrinho e coloquei-os no banco, deitando o Erik, já meio adormecido; tapei o sol e toquei-lhe nas bochechas, dando-lhe miminhos.

revirei os olhos - acredita que se soubesses o que andas a perder ja tinhas feito sexo a muito tempo - avisei.a, afastando.me dela para nao pensar algo - entao se estas ou tiveste apaixonada, declara.te e ve a reaçao dele e o que ele quer. ainda es capaz de perder a virgindade com a tua paixao

Engoli em seco. E ele bem o devia saber, não é? Quer dizer... Ele já devia ter uma vasta lista de raparigas...
Ordenei o meu vestido distraidamente, mordiscando o lábio e mantendo a cabeça baixa. Quase arregalei os olhos quando me incentivou a declarar. Se ele soubesse que a declaração era dirigida para ele ui... Acho que já tinha percebido bem o que ele apenas queria.
Olhei-o.
- Não posso fazê-lo. - abanei a cabeça. - Ele tem uma fama dos diabos e deve ter uma lista infinita. - disse baixo. - Acho que me recuso a ser mais uma. Talvez comece a estudar para freira, acho que ainda vou a tempo. - encolhi ligeiramente os ombros.
Pearl, a idiota. Boa, miúda. Daqui a pouco ele vai fugir de ti e lá se vai a oportunidade de serem amigos. Apenas amigos...

- nao sabes a razao da lista dos diabos e cenas assim - encolhi os ombros. ela e que sabia o que queria fazer da vida dela. vi erik adormecido e peguei nele, pondo.o no carrinho, tapando.o completamente do sol - obrigada, ele ultimamente so tem adormecido se eu cantar. acho que sao os dentes, nao sei. nao entendo muito de bebes

Encolhi os ombros e inclinei ligeiramente a cabeça.
- Tens uma lista dos diabos? - sim, okey, eu estava a falar dele sobre ele e tal, mas podia tentar conhecê-lo sem ser por aquilo que diziam. E era uma forma de confirmar tudo, certo?
Sorri, completamente inocente.
- Fiz trabalhos como babysitter, já estou habituada. - fiz uma pequena careta. - E acho que tenho um dom para cuidar de pessoas. - disse na brincadeira, colocando o meu livro sobre o colo.

- nao faço propriamente uma lista. ou achas que eu aponto o nome e a data das raparigas com quem fiz sexo ? - perguntei - admito que ja fiz muita vez, de muita maneira e com varias raparigas mas nao as conto. acontece. ao menos e uma distraçao para mim. - encolhi os ombros - porque é que me perguntas a mim ?

Encolhi os ombros.
- Devem haver gajos que fazem. E ainda devem receber medalhas por isso.
Brinquei com a renda do vestido, mordendo o lábio.
- Também posso ser curiosa em relação a ti, ou não, Ethan Cruise? - brinquei, sorrindo-lhe genuinamente, meio envergonhada.
Ele não faz uma lista. Só acontece. E acontece muitas vezes, de muitas maneiras, com muitas raparigas. Se calhar com mais do que uma de cada vez. Oh, mas qual a crise? Nenhuma, não é? Eu não tinha a ver com isso. Nem um bocadinho. Quer dizer, nem amigos éramos.

- todos que andam neste navio pela segunda ou terceira vez com certeza ja ouviram falar de mim, aposto que ja ouviste falar bastante de mim - encolhi os ombros - mas eu nao ganho melhadas. e um bocado mau usar as raparigas mas.. e uma distraçao para mim - suspirei - elas tambem nao se queixam, por isso acabo por lhes dar prazer tambem

Assenti.
- Já ouvi falar de ti mais do que tu pensas. - disse baixo, abanando a cabeça. - Não falam de outra coisa a não ser de ti quando lá estás no restaurante. - fiz uma careta e cruzei os braços, deixando o livro sobre o meu colo.
Eu odiava esse facto. Toda a gente o conhecia. Elas gabavam-se de já terem ido para a cama com ele e tudo mais. Irritava-me profundamente!
Olhei-o, mordendo o interior da bochecha.
- Não são todas assim. Apesar de ser difícil de encontrar miúdas da minha idade com cabeça, e não me estou a gabar, ainda é possível encontrar. E, pelo que dizem de ti, não és capaz de querer isso.
Fiz uma careta e virei-me para ele.
- Ethan... Como player que pareces ser: preferias ser feliz a ter uma ou a ter muitas?

- Eu sei que falam de mim, consigo ouvir o que dizem quando passo por ai mas nem ligo. as vezes metade delas nao foram para a cama comigo e só o dizem para se gabarem as amigas. admito que sou um bocado mulherengo e assim estou bem - encolhi os ombros e refleti um bocado na sua pergunta - sabes quando alguém é rico como eu, é dificil saber se elas estão connosco porque realmente gostam de nós ou é só por dinheiro - suspirei - dai eu nunca ter tido relações longas

- Nem sempre estarás bem assim, Ethan. Haverá o momento em que a idade não perdoa e ao veres-te sozinho se calhar vais ponderá que, mesmo tendo estado com tantas, provavelmente estás sozinho. - suspirei e apoiei as mãos nos joelhos.
Ouvi-o e mordisquei o meu lábio inferior.
- Como rapariga que sou, acho que te vou dar um pequeno conselho. - olhei-o. - Se aceitares. - mordi o interior da bochecha. - Para saberes se a rapariga gosta de ti por seres... tu ou por teres muita massa. - encolhi os ombros levemente.
E quê? Vais dizer como é que tu gostas dele e não do dinheiro dele? Idiota!

- Acho que até esse dia chegar, prefiro ser como sou - encolhi os ombros, arqueando a sobrancelha - entao diz la como é que eu sei se a rapariga gosta realmente, sabes que as raparigas sao boas atrizes e podem fingir que me amam profundamente e na verdade so querem sexo e dinheiro - disse, o que nao era mentira de todo

Fiz uma careta.
- Dizes isso agora. Mas quando deixares de ter um corpo... assim e tiveres uma grande barriga de cerveja, vais ver casais jovens todos felizes e vais pensar: eu perdi aquilo. - encolhi os ombros.
Virei-me para ele por momentos e depois sentei-me novamente direita, pensando em como havia de lhe dizer.
- Então... Sim, concordo contigo no que toca a isso das raparigas. Mas também tens que admitir que agora os rapazes não procuram a sua princesa, apenas querem dar umas... voltas. - fiz uma careta. - Portanto, um dos testes é ires com uma rapariga a uma loja. A maioria das raparigas é louca por compras, então não resistem a entrar numa loja e ver. Se insistirem muito que entres com elas devem querer ver se pagas alguma coisa. Caso vás porque queres e vires que começa a fazer uma grande pilha de roupa mas no fim vai pousar tudo porque diz que é caro ou algo assim, bem, está à espera que tu lhe ofereças. - fiz outra careta. - Uma rapariga que goste verdadeiramente de ti, vai deixar que tu lhe ofereças o que quiseres, quando quiseres. Não vai esperar que tu lhe pagues um gelado só porque a convidas e vai surpreender-te sem esperar que tu o faças de volta - olhei-o - apesar de isso ficar sempre bem. - ri-me baixo e mordi o lábio. - Acho que é isso. - suspirei - Uma rapariga apaixonada olha para os olhos, para o sorriso e até para o corpo, se for preciso. Não te olha para a carteira. - disse baixo.

arqueei a sobrancelha, olhando.a - achas que eu tenho cara de quem vai as compras com mulheres ? la porque tomo conta do meu irmao nao significa que va as compras escolher roupa - mantive a minha careta - enquanto nao tiver a minha barriga de cerveja, vou andando e ja viste bem o meu pai ? acho que a barriga de cerveja nao faz parte da familia

Arqueei o sobrolho.
- Posso parecer muito inocente, mas aposto que sabes que ir a compras com mulheres pode ter um lado positivo. - encolhi os ombros.
Fiz uma careta.
- Não estou autorizada a apreciar o teu pai. E não me interesso muito por homens mais velhos. - ri-me baixinho e brinquei com a borda do vestido.

- tem um lado positivo quando vais comprar lingerie, assim vejo.as em trajes menores - encolhi os ombros - nao tou a dizeres para o apreciares mas aposto que ja reparaste que ele nao é nenhum barrigudo, muito pelo contrario tem o corpo tao trabahado quando o meu - levantei a camisola, mostrando os meus abdominais definidos

- Quando vão comprar roupa dita normal também. - arqueei o sobrolho. - Eu dispo a camisola para experimentar a camisola, aposto que todas fazem isso. - encolhi os ombros.
Ri-me.
- Pronto, queres que eu diga que ele não é barrigudo? Ele não é barrigudo. - calei-me assim que levantou a camisola e abanei a cabeça ligeiramente. - Estás a tentar fazer com que eu te aprecie, é? - fiz um sorriso fofo.
Olhei as horas e suspirei ao ver que eram cinco. Mais duas horas e tinha que ir trabalhar.
Levei a mão ao pescoço e mordisquei o lábio.
- Fizeste-me marcas, não fizeste? - perguntei-lhe, sabendo que ele tinha andado a beijar e a morder aquele sítio.