Praias

-Eu não disse que ia obedecer - assim que ela rebolou na areia, aproveitei-me e pus-me em cima dela, mas apoiei as mãos na areia, para não fazer peso.

-Mas é suposto obedeceres! - se já estava frustrada antes agora frustração era uma palavra demasiado fraca para como eu me estava a sentir. Mantive os olhos fechados. Conseguia senti-lo em cima de mim e isso não era nada bom. Enterrei as duas mãos na areia para me impedir de as mexer - Deixa-me em paz. - quase não mexi a boca a falar.

-Porquê? Não mandas em mim - murmurei.
-Não me pareces muito segura do que estás a dizer - olhei fixamente para ela, à espera que abrisse os olhos.

-Para de murmurar, fala como deve ser! - reclamei com ele. Fiz ainda mais força nos olhos e apertei a areia nas minhas mãos - Estou segura sim! Se não querer que comece para aqui a gritar sai de cima de mim. Vai chatear outra! - virei a cara de lado.

-Não me apetece - continuei com o mesmo tom de voz - Preferia que gritasses de outra maneira. Apetece-me chatear-te a ti e agora?

-Não te apetece? Mas não tem que te apetecer ou deixar de apetecer! Tu fazes o que eu digo! Ponto final parágrafo. - tirei as mãos da areia num ato de frustração. Antes que tivesse tempo de parar os meus instintos limpei uma das mãos e dei-lhe uma chapada não com muita força na cara - Seu porco nojento! E agora estás com azar porque eu estou-me a cagar para ti.

-Porque é que eu havia de fazer o que eu te digo, não és a minha mãe - mandei-lhe um beijinho só para a provocar - É suposto isso ter doído? - perguntei.
-Mas porque é que estás tão zangada?- prendi as mãos dela ao lado da sua cabeça - Sê sincera, o que é que eu fiz?

-Não sou a tua mãe, mas devias ter medo de mim! - ameacei em vão. Óbvio que ele não tinha medo de mim - Era suposto ter-te calado mas continuas a falar por isso deves precisar de mais. - tentei bater-lhe mas ele prendeu-me as mãos. Abri os olhos muito depressa, não aguentava estar presa e cega ao mesmo tempo. Arrependi-me de o fazer, pois a primeira coisa que vi foram aqueles lábios à espera de serem beijados - Existes. - pronto, já estava sedada.

-Eu não tenho medo de ninguém - disse - Nem mesmo de ti. Aliás, muito menos de ti.
-Cucu - disse quando ela abriu os olhos.
-Então para isso, tens de culpar os meus pais. Mas à minha mãe já não podes fazer nada, por isso só te resta o meu pai.

-Devias ter. - semicerrei os olhos - Não me digas cucu! Deixa-me mas é em paz. - movi as mãos para ver se ele me largava de uma vez por todas. Mordi a bochecha quando ele falou da mãe - Desculpa. - olhei para baixo. De seguida impulsionei-me para a frente muito depressa e mordi-o no maxilar, que era onde conseguia chegar.

-Cucu - disse outra vez.
-É na boa - já tinha sido há muito tempo e claro que ainda me sentia triste, mas tinha aprendido a viver com isso.
-Se isso era suposto magoar-me, estás a fazê-lo da maneira errada, porque isso só me deixa é contente, se é que me entendes.

-Para de dizer cucu! - rocei o nariz no maxilar dele com força, parando por completo quando ele disse aquilo -- És mesmo porco, não és? Odeio-te!!!! - gritei para o ar - Sai de cima de mim! Quero ir para o meu quarto. - mexi as pernas repetidamente e lá consegui empurrá-lo. Infelizmente não fui habilidosa o suficiente e acabei eu por ficar em cima dele. Revirei os olhos e apoiei-me no peito dele - já que não me largava as mãos - para me tentar levantar.

-A culpa não é minha! Tu é que te estás a roçar em mim, eu sou um homem, é inevitável - ela ainda tentou sair, mas de alguma forma, ela acabou em cima de mim e eu não ia largar as mãos dela - Oops-.

-Não me estava a roçar em ti! Mordi-te e tentei aleijar-te com o nariz! Tu é que és um badalhoco nojento e começas logo a pensar que as minhas intenções são outras! - há pessoa mais frustrante no mundo que ele? Duvido - Deixa-me sair Simon, eu tenho que ir para o quarto antes que seja apanhada. - olhei-o muito séria.

-Não quero saber, estavas-te a roçar em mim - meti a língua de fora - Está bem, mas deixas-me acompanhar-te ao menos? Consigo arranjar atalhos que te fazem chegar lá mais depressa.

-Não estava! - eu era mais teimosa que ele, ele que nem tentasse discutir comigo - E guarda essa língua. - pedi com um ar dramático - Está bem. - desisti, revirando os olhos - Mas deixa-me levantar!

-Porquê? É tão linda! - falei ainda com a língua de fora, mas acabei por a meter para dentro, antes que apanhasse areia.
-Okay - levantei-me e agarrei no meu telemóvel.

-Não. É feia e tu és feio. - mentir é tão errado. Vais para o inferno por isto... Se fosse só por isto que eu ia para o inferno estava eu feliz e contente. Sorri quando ele me largou finalmente - Yay. - fui até às minhas coisas e vesti-me.

-Quero saber quando é que vais parar de mentir - ri-me e peguei na minha toalha.
Fitei-a enquanto ela se vestia e mordi o lábio.

-Quero saber quando é que vais parar de me chatear. - sorri-lhe cinicamente. Peguei na minha toalha e dobrei-a - Estou pronta para ir. É por onde?

-Meh, não sei - encolhi os ombros.
-Segue-me - comecei a andar.

-Nunca, pelos vistos. - revirei os olhos - Estou-te seguindo. - caminhei lado a lado com ele, mas quase com um quilómetro de distância. Até ali ainda não tinha feito nada de muito escandaloso e não era agora que me ia arriscar a perder a minha medalha de bom comportamento.

olhei para ela e ia dizer que podia ficar ali mas ela ja se afastava. interiormente pensava que ela nao gostava de mim por causa do que se ouvia por ai de eu ser mulherengo e pelo que lhe contei mas eu era mesmo assim. apreciei.a ao longe enquanto continuava a dar de papa ao erik. ela era a rapariga mais ingenua, mais pura e delicada que eu conhecia e era a unica que nao tinha tentado nada comigo, wow. e o meu tipo de rapariga

Acabei por me levantar. Ainda queria ir dar uma volta antes de ir trabalhar.
Coloquei a mochila às costas e pus a máquina ao pescoço; bebi um pouco de água da minha garrafa, voltando a guardá-la.
Olhei uma última vez para Ethan, engolindo em seco quando reparei que ele também me olhava; dirigi-me, então, para cima, indo dar uma volta.

aqui - mando-te uma ideia por MP