Room 304

- Eu não acredito que tu estás a fazer isto, Thea.. É como se estivesse a ver-te morrer aos poucos, e isso é terrivelmente preocupante, Thea! - Afirmei-lhe sério ao ver que ainda por cima estava toda cheia de sorrisos

 - todos acabamos por morrer, porque nao viver a vida como queremos ? - perguntei - morrer hoje, amanha, daqui a uma decada. que interessa ? - encolhi os ombros - ao menos fiz o que queria

- eu nem acredito que estou a ouvir isto. tu não fazes ideia do que estás a dizer, pois não? - Afirmei sério, olhando-a deitada a beber e aos sorrisinhos. ela nao faz a menor ideia das barbaridades que está a dizer. passei as maos pelo cabelo e respirei fundo - Eu nao sei por quanto tempo mais eu aguento ver-te a destruíres-te desta maneira

- a porta é ali - apontei para ela - nao precisas de ficar a ver, eu posso muito bem ficar sozinha. como sempre estou - encolhi os ombros - vai roy, vai.te embora - olhei.o nos olhos - nao fiques aqui a ver.me a beber, nao precisas. nao es obrigado - disse seriamente

- Tu não sabes o que dizes, Thea. Tu estás a destruíres-te, e estás a levar isto na desportiva, assim como se nada fosse! oh meu deus.. - Afirmei, dando meia volta, caminhando de um lado para o outro - Thea, por favor pára! Pensa no que tu estás a fazer à tua vida, pensa! Não tens sonhos que queiras cumprir? Porque é que continuas a fazer isto a ti mesma?! - Afirmei quase de lágrimas nos olhos. Será que ela não entende o que se está a passar??

 - nao roy, nao tenho sonhos. para que ter sonhos tambem ? vao acabar por ser destruidos ou nem se vao realizar - encolhi os ombros - mais vale ter os pes assentes na terra e nao tentar, nao estamos na terra dos sonhos, estamos no mundo real e a vida nem sempre é como queremos

- Tu não tens, mas eu tenho. O meu irmão morreu e eu continuo a tê-los, mesmo depois de tudo o que eu passei. E vou lutar por eles enquanto for vivo, e ninguém me vai parar. Eu não aguento mais ver-te a destruíres-te, Thea. Não desta maneira, como se nada fosse, como se não houvesse problema nenhum. Não aguento mais, Thea - Afirmei sincero, limpando rapidamente uma lágrima que caiu. Peguei nas minhas coisas e caminhei para a porta. É isto que ela quer

- vai, vai.te embora como todos foram. como todos vao. queres lutar pelos teus sonhos e concretiza.los ? força nisso mas aviso.te ja que a queda la de cima é dolorosa - larguei a garrafa, voltando a deitar.me - vai, todos vao - murmurei com os olhos inundados de lagrimas - eu estou bem por minha conta

- Eu disse que ia, não que ia desaparecer da tua vida. Eu vou, mas não estou a fugir. Tu sabes o que vou fazer, o que tenho a fazer - Afirmei, apontando para o relógio. Estou a faltar ao trabalho e pela primeira vez na vida, nem quero saber - Thea, eu amo-te, e ver-te assim, destrói-me. Eu.. Eu vou trabalhar - Sempre era uma distracção. Saí de imediato, apressadamente.

nao respondi ao que disse - vai - mandei, ficando a olhar para os armarios e as paredes. limpei os olhos discretamente e quando ele saiu, peguei na garrafa e bebi, bebi todas as bebidas que tinha nno quarto ate esquecer, ate deixar de sentir

Depois do trabalho e sem ir sequer ao meu quarto, fui logo para o camarote da Thea. Bati à porta e esperei que ela ma abrisse. Será que ainda aqui está? Será que ela está bem? Com tanta demora, eu começava a ficar preocupado

acabei por me levantar e arrastei.me ate a porta - nao preciso que.. - abri a porta e vi roy - ah es tu - virei costas e fui.me deitar na cama - fecha a porta, a luz incomoda

revirei os olhos face à sua atitude assim que vira que era eu e não outra pessoa qualquer. Entrei tal como pediu e fechei a porta - Olá para ti também, estou bem obrigado e não, não tive problemas no trabalho por chegar super atrasado, obrigado por perguntares e te preocupares - Afirmei ainda de pé, olhando-a

- ah desculpa a minha insensibilidade - revirei os olhos e peguei na garrafa, acabando.a - tu nunca arranjarias problemas, és o menino querido e se quiseres eu ligo ao teu chefe a dizer que tavas a fazer de babbysitter a uma bebeda - peguei no telefone

Revirei igualmente os olhos e soltei uma pequena gargalhada. Ah pois, eu sou o menino querido e fofinho - Não sou só querido, também sei ser frio, acredita. E não é preciso ligares a ninguém, eu cá me sei arranjar e está tudo arranjado - Afirmei sério

 - estou a espera dessa parte do frio - apontei com o telefone para ele - acho que ele comigo nao existe ou entao eu ainda nao te levei aos limites dos limites da tua paciencia comigo - encolhi os ombros

- É disso que tu gostas? Que sejam frios e rudes contigo? É disso que tu estás à espera, da minha parte? - Perguntei logo de seguida, sem desviar o meu olhar do seu. Suspirei e encolhi os ombros

encolhi os ombros, mantendo a mesma expressao neutra - quando sao frios e rudes e tudo muito mais facil - expliquei - entao porque nao me mostras esse teu lado que eu desconheço ? - perguntei

Se o que tu queres é veres-te livre de mim, podes perfeitamente dizê-lo dessa forma. Não é preciso eu ser rude nem frio - Começava a perguntar a mim mesmo porque raio é que eu vim

 - nao roy, eu quero mesmo é ver esse teu lado frio e rude - fiz uma cara sombria - ja viste o meu lado bebado, o meu lado sentimentalista e o meu lado arrependido. - encolhi os ombros - quero conhecer o teu lado frio e rude - empurrei.o ate embater na parede - mostra.mo - mandei

Ai é isto que ela quer? Que eu seja estupidamente rude, malcriado e insensível tal como os outros? Assim será. Empurrei-a depois de embater contra a parede, afastando-a assim bruscamente de mim- Como querias. Vai-te deitar. - Afirmei friamente, sem sequer a olhar

 - isso roy, da.me ordens - revirei os olhos e peguei no telefone - se isso é o teu melhor, deixa.me dizer que o meu lado frio é melhor que o teu - encolhi os ombros - serviço de quartos, garrafas das vossas melhores bebidas em frente ao quarto 305, obrigada. se nao demorarem tem uma gorjeta choruda

Ri de canto e olhei-a a fazer o telefonema. Eu conheço o pessoal que atende as chamadas. Puxei o telemóvel do bolso e mandei-lhe mensagem a dizer para nunca mais servirem álcool para o quarto dela, o 304, pois ela tinha problemas com o álcool e tem bebido demasiado. - Oh, tu ainda não viste nada

o tempo continuava a passar e eu ja estava a ficar impaciente - merda de pessoal nunca mais vem - abri a porta e fiquei a ver se vinha alguem, mas nada. voltei a pegar no telefone e liguei para o serviço de quarto que me disse que nao ia entregar mais bebidas no meu quarto - é bom que traga essas garrafas agora ou eu vou  fazer de tudo ate despedirem e substituirem por pessoal competente - gritei, atirando o telefone contra a parede. - ja estou a ver roy. a ver se me impedes de beber, acontece que eu posso muito bem sair para ir comprar uma bebida - peguei no meu cartao e vesti.me

Sorri de canto ao vê-la impaciente, e ri baixinho quando se apercebeu de que tinha sido eu. Se é isto que tu queres, é isto que terás - E quem é que te vai deixar sair do cruzeiro? - Perguntei, pondo-me à frente dela, impedindo-a de passar