Bar/ Pub

-É um medo. - murmurei e encostei a minha cabeça a aquele pilar bastante desconfortável, afastei-me do mesmo ficando ao seu lado e fitei-o sentindo novamente aquela sua mão a navegar pelas minhas costas sentindo a sua mão a indicar o caminho para a zona onde outrora tinha vindo. - Hm..segue-me. - pedi de forma meiga começando a andar rapidamente a seguir, recordando-me de cada sitio e detalhe por onde havia passado outrora. Subi uns degraus e passei o meu cartão sobre uma espécie de box onde rapidamente reconheceu e abri a porta para ele entrar. O quarto já possuía o meu aroma, o que me agradava imenso. A manhã tinha sido passada além de descansar a arrumar as coisas, logo estava tudo como eu queria. Sentei-me num pequeno sofá e mirei-o.

Depois do almoço, passei uma tarde no ginásio. Gostava de manter o corpo em movimento e trabalhado, afinal de contas era algo que chamava a atenção das raparigas e nem elas, defensoras de que "o interior é que importa", podiam negar que se sentiam atraídas por um corpo como o meu. Quer dizer... Eu até totalmente vestido era bastante apetecível, pelo que já me tinham dito mil e quinhentas vezes. Eu não era muito mulherengo, não no sentido de ter uma diferente todas as noites, era mais daqueles que, quando punha os olhos numa e começava a imaginá-la na sua cama, não desistia até o conseguir. E era o que eu ia fazer com aquela nadadora salvadora irritante que era bastante apetecível aos meus olhos naquele fato de banho que lhe destacava as curvas do corpo. E, oh, eu queria perder-me naquelas curvas.
Decidi ir ao bar depois de tomar um banho e vestir-me; assim que lá cheguei comecei a percorrer o espaço com o olhar enquanto me dirigia ao balcão e pedia uma bebida.

Fui almoçar qualquer coisa depois de sair do trabalho e voltei ao meu camarote. Passei lá o resto da tarde a descansar e a cantar um pouco, meu deus o quanto eu amava cantar. Sentia que podia passar a vida a fazer aquilo e nunca me iria fartar.
Quando a noite chegou fui tomar um duche rápido, peguei num dos meus vestidos e vesti-me, calcei uns sapatos de salto alto e passei um baton vermelho pelos meus lábios, deixei o meu cabelo solto e a cair-me pelas costas. Peguei na chave do meu quarto e dirigi-me até ao bar do cruzeiro, não tinha vontade de passar a noite toda fechada no meu camarote por isso nada melhor do que sair e divertir-me um pouco. Passei por entre as pessoas que lá se encontravam até chegar ao balcão e assim que cheguei ao mesmo pedi uma bebida.

Senti cabelos tocarem-me no braço quando alguém veio para o balcão e arqueei o sobrolho, vendo uns cabelos loiros; olhei para a dona dos cabelos e fiz um sorriso matreiro ao ver de quem se tratava.
- Andas a seguir-me? - disse-lhe alto, sob o volume da música que se fazia ouvir por todo o recinto.
Olhei-a de alto abaixo e mordi o lábio inferior.

Franzi a testa quando ouvi uma voz que não me era nada desconhecida, olhei para o lado e revirei os olhos. Não acredito que tinha de vir logo ao sítio onde ele estava. - Não. - disse apenas e bem alto para que ele me conseguisse ouvir por cima de todo aquele barulho.
Peguei na minha bebida assim que esta me foi servida e levei o copo à boca dando um pequeno gole daquela bebida que me ardeu um pouco ao passar-me pela garganta.

Sorri e bebi um bocado do que havia pedido uns minutos antes.
- Podes admitir que ficaste maluquinha e me seguiste. - gozei com ela.
Coloquei a mão ao fundo das suas costas e peguei na minha bebida.
- Anda dançar, desconhecida. - disse-lhe ao ouvido.

Ri-me com o que ele disse e abanei a cabeça. - Sim é mesmo isso tudo, continua a sonhar se isso te faz feliz. - disse encolhendo os ombros.
Suspirei e afastei-me ao sentir a sua mão nas minhas costas, virei o meu rosto na sua direcção. - Não quero, deixa-me em paz. - resmunguei voltando a beber mais um pouco.

Sorri, convencido.
- Bem me pareceu. Ninguém me esquece assim, de um momento para o outro. - gozei.
Revirei-lhe os olhos.
- Deves ser lésbica, não? Nem dançar com um rapaz queres. - gozei mais uma vez.

- Claro que ninguém esquece uma pessoa estúpida como tu. - disse com um revirar de olhos e um sorriso cínico.
Ri-me do que ele disse. - Sim, sou lésbica. - retorqui mordendo o interior da bochecha e tentando manter-me um pouco séria.

Sorri.
- Eu faço de tudo para ficar na memória. - gozei.
Abanei a cabeça quando se riu e fiz com que se encostasse ao balcão.
- Aposto que não és. - encolhi os ombros levemente com um sorriso traquina.

- Que bom para ti, mas ficas na memória por coisas negativas. - encolhi os ombros e tentei afastar-se quando me encostou ao balcão. Fitei o seu rosto e sorri cinicamente. - Sou sim, desculpa lá desiludir-te. - dei um gole na minha bebida e encolhi os ombros.

- Faz com que me queiram na mesma. - encolhi os ombros.
Encurralei-a com os braços, pousando o copo agora vazio.
- Se fosses, não te incomodarias assim tanto comigo. - sorri de forma traquina e levantei uma mão, desviando o cabelo do seu pescoço. - No máximo dos máximos, és bi. - olhei-a. - Estariei certo? - passei as pontas dos dedos pelo seu pescoço de modo a arrepiá-la.

- Eu não te quero. - revirei os olhos e suspirei quando me encurralou entre o balcão e o seu corpo.
- Não tens nada a ver com o que eu sou ou não. - resmunguei, como é que ele tinha adivinhado aquilo? Encolhi ligeiramente o pescoço de modo a tentar desviar os seus dedos do mesmo.

- Sei que queres. Quem desdenha quer comprar. - pisquei-lhe o olho.
Sorri e continuei a passar os dedos pelo seu pescoço.
- Diz-me o teu nome loirinha. - pedi-lhe baixo ao ouvido, continuando a passar as pontas dos dedos pelo seu pescoço.

- Não quero nada. - insisti de novo e voltei a tentar afastar os seus dedos, o que era difícil com ele ali praticamente em cima de mim.
- Para que é que te interessa o meu nome? - perguntei com um revirar de olhos.

- Pois, podes mentir a ti própria à vontade, loirinha.
Encolhi os ombros.
- Já te disse que gosto de saber. - fiz uma careta e revirei os olhos também, não me afastando dela nem um milímetro.

- Não estou a mentir a mim própria nem a ninguém. - continuei com um meu tom de resmungo e revirei os olhos.
- Não me apetece dizer e agora larga-me! - retorqui fitando-o com cara de má.

Revirei os olhos mais uma vez e abanei a cabeça.
- Quando parares de ser irritante. - resmunguei também.

- Nunca vou parar de ser irritante. - retorqui e abanei-me para ver se ele me largava de uma vez por todas. - Quero ir dançar, deixa-me. - resmunguei de novo numa tentativa de tentar que ele acabasse por me deixar. Ele irritava-me mas sabia que também eu o irritava e isso agradava-me.

Arqueei o sobrolho.
- Então parece que nenhum de nós vai sair daqui. - encolhi os ombros.
Um rapaz que estava sentado no banco virou-se para nós.
- Sente-se a tensão sexual que paira para aí. - disse alto e a rir-se.
Semicerrei os olhos para ele.
- Mete-te na tua vida. - resmunguei.

Semicerrei os olhos quando ouvi a aquele comentário e abanei a cabeça tentando ignorá-lo, era obvio que não havia nenhuma tensão sexual nem nada do género. Aquilo devia ser a piadinha do ano, só podia.
- Importaste de sair de cima de mim? - perguntei num resmungo. - Olha que se não sais a bem vais sair a mal. - avisei-o para que depois ele não se queixasse.

Ri-me, encostando a minha testa à sua e agarrando-lhe nas mãos.
- E o que vais fazer? - perguntei, com um sorriso cínico, sabendo que não havia possibilidade de ela me acertar nas joías da coroa por eu estar tão encostado a ela e ela estar completamente encostada ao balcão.

Bufei e virei a minha cara para o lado quando encostou a sua testa à minha.
- Tens a certeza que queres saber? - perguntei e mexi as mãos acabando por soltá-las das dele.

Sorri e voltei a agarrar-lhe nas mãos.
- Quero. - assenti levemente e encolhi os ombros.

Sorri cinicamente e voltei a soltar-me das suas mãos quando agarrou as minhas de novo. - Não te queixes depois. - peguei no meu copo que estava mesmo ao meu lado e virei por cima dele o resto do conteúdo que estava no mesmo. Comecei a rir-me.