Piscina Exterior

Ri-me mais uma vez.
- É isso que te torna irritante.
Encolhi os ombros.
- Vemos-nos por aí.
Abandonei o local, decidido a ver se a teoria era verdadeira. A cobaia? Seria aquela nadadora salvadora irritante.

- Não nos vemos nada por aí. - resmunguei enquanto ele se afastava e revirei os olhos, estúpido, parvo.
Tentei não pensar mais naquela pessoa irritante e mergulhei na piscina quando vi que aquilo estava a ficar mais calmo, devido ao facto de estarmos próximos da hora de almoço. Nadei até ao outro lado da piscina e depois voltei indo sentar-me de novo, olhei o relógio e verifiquei que faltavam apenas uns minutos para o fim do meu turno. Sorri, tinha passado rápido. Comecei a arrumar as minhas coisas e quando chegou a minha hora fui-me embora.

Abri os olhos lentamente. Estava a ficar cheia de sono e com aquela aberração ali era preciso ter todo o cuidado do mundo. Olhei discretamente na direção do posto dele mesmo a tempo de vê-lo saltar da cadeira para a água. Exibicionista. Abri a boca indignada quando ele teve o descaramento de nadar até mim e me salpicar. Arrepiei-me toda e claro que, com o feitio que tenho, fiquei logo danada. Levantei-me da espreguiçadeira e caminhei até ele decidida - Se faz favor, podes-me deixar em paz? - cruzei os braços.

Bocejei. Estava cheio de sono e ainda cansado da minha viagem.
Estávamos agora na Alemanha, pela quantidade de loirinhas que tinham entrado a falar aquela língua estranha.
Estava distraído a olhar para a piscina, quando oiço alguém a falar. Olho para o lado e vejo a miúda difícil outra vez.
-Hein? Andas com a mania da preseguição. - disse levantando uma sobrancelha.

Fiquei sem palavras por momentos quando ele olhou de repente para mim. Os olhos dele eram verdes tal como os meus mas havia qualquer coisa de diferente. Os dele eram mais frios, mais penetrantes. Não consegui evitar o arrepio que me atravessou o corpo e respirei fundo para me recompor - Eu é que tenho a mania da perseguição? Tu é que foste ali e me molhaste!!!

Mandei uma gargalhada sarcástica e abanei a cabeça.
-Andas mesmo picada. E eu se te molhei, peço desculpa, não foi de propósito - na verdade tinha sido, mas gosto de fazer as pessoas passar por estúpidas.

-Picado vais tu ficar se não me deixares em paz! - ameacei, espetando o indicador na direção dele - Whatever anormal. - resmunguei. Virei-lhe as costas mais uma vez e ao chegar à minha espreguiçadeira peguei em todas as minhas coisas, após ter vestido uns calções. Saí da piscina sem sequer olhar para trás uma última vez.

Enquanto ela falava, limitei-me a olhar para ela e a acenar a tudo o que ela dizia, com um ar claramente gozão.
Ela saiu toda disparada da piscina e eu voltei a prestar atenção aos utentes.
Tive uma pausa para almoço e depois voltei ao meu cargo. Acabei o meu turno por volta das 18h, estava super cansado.

Felizmente cheguei a tempo do meu turno começar. Sentei-me, pelo segundo dia naquela cadeira e o dia passou muito lentamente, mas pelo meio consegui mandar alguns mergulhos.
Não tinha visto a Madison por ali, mas também, para que é que eu me estou a importar?
No final do meu turno, fui outra vez para o meu quarto e mudei de roupa.

Saí apressadamente do camarote de Thea e fui para o meu. retirei aquelas roupas e vesti apenas uns calções de praia e calcei umas havaianas. Peguei numa toalha e fui então para a piscina. Estava bastante calor, e calculei que nesta altura fosse muito bom dar um mergulho na piscina. Depois do pequeno desconto no meu cartão, e de colocar os meus pertences no local apropriado, percebi que me faltava o relógio. Devo tê-lo deixado no camarote de Thea, com certeza. Mergulhei e nadei um pouco. Saí depois da mesma, e deixei-me ficar molhado. Estava calor, e sabia bem estar assim. Sentei-me na espreguiçadeira onde tinha deixado as minhas coisas. Entretanto, uma rapariga abordou-me. Estou sem paciência para essas coisas, sinceramente. Lá tive de forçar um sorriso e falar com ela. Levantei-me entretanto e ela fez o mesmo, tentando manter-se próxima de mim. Respirei fundo e desviei um pouco o olhar enquanto ela falava.

Já tinha bebido a garrafa inteira e como era uma mistura nao estava tão bebeda como na noite anterior. vesti uns calçoes por cima da t-shirt que tinha e saido quarto, nao me importando com o aspeto que tinha. como nao sabia onde procura.lo, fui ate a recepçao perguntar onde e que ele tinha usado o cartao pela ultima vez e o meu ponto de chegada foi a piscina, onde o tinha usado a relativamente pouco tempo. paguei a entrada e procurei pela sua figura, vendo.o a falar com uma rapariga parecida a do bowling. aproximei.me e toquei.lhe no ombro - muito bem, para quem dizia que nao queria saber das raparigas, pareces muito entretido - sorri para a rapariguinha que me fazia uma cara estranha - aparentemente esqueceste.te de uma coisa no meu quarto mas acho que a companhia te fez esquecer o que foi

- Excusez moi, Madame Carvier - quase que murmurei, sentindo-me aliviado por um lado por ter alguma desculpa para sair dali. Revirei os olhos face aos comentários dela. A sério? Agora vai começar a fazer uma cena? Quantas vezes tenho eu de lhe dizer para não me pôr no mesmo saco que os outros gajos? Não estou com paciência para cenas, não depois do que se passou no quarto dela. Agarrei-a pelo braço cuidadosamente e afastámo-nos um pouco dali, indo para um canto - Eu sei, esqueci-me do relógio. Percebi disso quando cheguei aqui e ia para mergulhar - Afirmei, olhando o meu relógio no pulso dela. - Podes dar-mo, por favor? - Pedi educadamente, olhando-a sério. Se é assim que ela quer que eu seja, se me quer afastar, é isso que eu vou fazer. Manter-me afastado. Mas não por muito tempo. Já a avisei que não vou desistir.

- parece que nao estavas minimamente preocupado, a conversa estava a correr bem ? - perguntei ironicamente. para quem dizia que nao queria outras raparigas e nao estava interessado, bla bla bla - peço desculpa se interrompi o vosso momento - fiz um beicinho falso, revirando os olhos - queres a porcaria do teu relogio, é ? - tirei.o do pulso e atirei.o a agua - podes ir busca.lo - virei costas para sair dali

- O relógio estava bem guardado, não tinha razões para me preocupar com isso, acho eu. Eu ia lá buscá-lo a seguir. - Revirei os olhos face à pergunta sobre a conversa - Não, não estava. Já te disse que eu não sou desse género. Ela é que veio falar comigo e eu conversei educadamente com ela, como viste. E não interrompeste nada - Afirmei, suspirando. - Sim quero, se faz favor - Respondi, ficando incrédulo a olhar quando o atirou ao mar. Nem queria acreditar que ela tinha acabado de fazer aquilo. Fiquei extremamente irritado e chateado com aquela sua atitude - THEA! - Gritei-lhe, tentando ver o relógio mas não valia a pena - Esse relógio era muito importante para mim, foi o meu irmão que mo deu! E agora foi-se! - Vociferei, cerrando os punhos. Respirei fundo e virei-lhe as costas. Caminhei apressadamente até à espreguiçadeira onde estavam os meus pertences

engoli em seco quando percebi que aquilo era do seu irmao. eu tambem ficaria pior que estragada se estragassem alguma coisa que pertencia ao meu pai ou que ele me tivesse dado. nao pensei duas vezes e pus.me em cima da proa, saltando para a agua. o cruzeiro era bastante bastante alto, por isso a queda na agua, apesar de nao ter sido mal executada custou um pouco. continuei a nadar ate que vi o relogio a descer e descer para o fundo do oceano. tentei chegar la o mais rapido possivel, lutando contra a falta de ar.

- Thea, não vás, podes-te magoar - Afirmei, vendo-a a pôr-se em cima da proa. Corri até ela na esperança de a impedir, mas não consegui. Olhei-a a cair e a penetrar no oceano. Não sabia muito bem o que fazer. Larguei as coisas de imediato e fiz o mesmo, mandei-me ao mar. Felizmente acho que não sou um mau nadador, e consigo suster a respiração durante algum tempo. Nadei o mais depressa que consegui e finalmente avistei-a, com o meu relógio na mão, e parecia um pouco aflita, talvez estivesse com falta de ar. Puxei-a logo para mim e agarrei-a com força, nadando com ela até à superfície - Thea, Thea? Tu estás bem? - Perguntei preocupado

consegui apanhar o relogio mesmo a tempo de começar a ficar aflita e subir a superficie. senti alguem puxar.me, ajudando na subida ate a superficie. tossiquei quando cheguei a superficie, ofegando por ar. olhei para roy um pouco surpresa - roy ? - olhei para ele e dei.lhe o relogio - posso manda.lo arranjar se quiseres

- Sim, sou eu - Murmurei quando a ouvi dizer o meu nome e aconcheguei-a a mim, dando-lhe igualmente algum espaço para tossir e apanhar ar à vontade - Deixa estar, eu depois mando-o arranjar. A tua vida é mais importante do que o relógio - Disse sincero, pegando no mesmo - Estás bem? Tu és doida.. - Comentei baixinho, acariciando a sua face e olhando-a atentamente

- Que eu sou doida, ja sabia - ri.me, tossindo - eu estou bem. o relogio e que pode nao ter soluçao se ficarmos muito tempo dentro de agua - tentei soltar.me dos seus braços para poder nadar ate um dos botes que estava a nossa espera - eu nao me vou afogar, descansa

Larguei-a e deixei-a então nadar até ao bote, indo logo atrás dela. Fomos ambos para o bote e voltámos rapidamente ao cruzeiro. Momentos depois estávamos no mesmo sítio que à cerca de meia hora atrás - Estás mesmo bem? - Perguntei já com os meus pertences nas mãos. Já me tinha secado, e estava tanto calor que até os calções estavam quase secos. Coloquei a carteira no bolso dos mesmos e o relógio também

- estou, ate fiquei mais sobria - soltei uma gargalhada, prendendo o cabelo - eu vou para o meu camarote, é melhor - apontei para o lado dos quartos - podes.me dar o relogio, eu depois vou manda.lo arranjar, a culpa e minha - estiquei a mao para ele mo dar

- Está bem. Não, deixa estar, eu mando-o arranjar.. - Afirmei, encolhendo os ombros. Nem sequer tirei o relógio do bolso. Coloquei a toalha sobre os ombros e olhei-a uma vez mais - Vê se comes, está bem? É quase noite e ainda não te alimentaste.. - Afirmei num tom idêntico, tentando parecer pouco interessado e preocupado

- nao, eu mando arranjar. tenho horas suficients, tenho horas a mais ate - continuei de mao esticada - do que estas a espera ? - perguntei enquanto esperava pelo relogio. - nao te preocupes comigo, este corpo nao se mantem assim a comer aos montes - encolhi os ombros - roy, o relogio

Revirei os olhos e suspirei. Alcancei o relógio que estava algures perdido pelo bolso, ainda bastante molhado. Olhei-o e mordi o lábio. Não me parece que tenha conserto. Encolhi os ombros e passei-lhe o relógio para as mãos - Já não deve ter arranjo. Mas se tiver e for muito dispendioso, apenas trá-lo de volta - Disse, olhando-a nos olhos. Não queria que gastasse demasiadas horas com isso.

encolhi os ombros, ignorando o seu comentario do dispendioso - o que tu consideras dispendioso, eu considero uma pechincha - encolhi os ombros - tu precisas mais de horas do que eu, por isso e que trabalhas e eu nao. depois mando.te mensagem quando ele tiver arranjado e desculpa la, te.lo mandado para o mar