Room 304

- tu deixaste.me negra roy, eu tenho a marca de cada dedo a ficar negra no meu braço. - bati com o punho na porta - se eu quisesse um namorado que me batesse, nao te tinha dado oportunidade nenhuma

- Eu não te bati, eu estava a segurar o teu braço, é diferente! Só que não me apercebi que o estava a fazer com muita força. Eu já te disse que não o fiz de propósito, eu jamais faria alguma coisa para te magoar, Thea... - Afirmei não muito alto, encostando a cabeça à porta novamente.

levantei.me e abri a porta num movimento brusco - olha. ve bem como me deixaste o braço - levantei a manga para ele ver a marca de cada dedo a ficar visivelmente negra no meu braço - as pessoas nao fazem isto inconscientemente

Levantei-me lentamente quando abriu a porta e olhei-a enquanto ela arregaçava a manga. Olhei as marcas dos meus dedos no braço dela, claramente horrorizado. Eu fiz-lhe aquilo? Aquelas nódoas negras, fui eu que as fiz? Credo, o que raios sou eu? Dei um passo atrás e abanei a cabeça, olhando para baixo de seguida. Ela não merece isto.

- olha bem roy - disse alto, limpando as lagrimas com raiva - as pessoas nao fazem isto inconscientemente - voltei a repetir - nao fazem - olhei.o, vendo.o de cabeça baixa - olha para mim porque quero que vejas bem o que me fizeste. quem faz isto nao ama - disse num tom de voz normal

Mordi o lábio com força enquanto ela falava. Levantei ligeiramente a cabeça quando pediu, olhando novamente as marcas que ela tinha no braço. Desviei o olhar e virei a cabeça para o meu lado direito, contendo as lágrimas. Permaneci calado durante uns tempos, sem ser capaz de a olhar.

- eu nao quero mais olhar para ti enquanto estiver neste cruzeiro - disse.lhe - nunca mais me vais magoar porque nunca mais me vais falar - mantive o tom serio enquanto uma lagrima caia

- compreendo.. - disse apenas, baixinho e sem a olhar, limpando rapidamente as lagrimas que entretanto cairam. mordi o lábio e baixei o rosto, ainda virado para o meu lado direito. dei um passo atrás e mantive-me calado, sem saber o que mais lhe dizer. se o arrependimento matasse, eu já estava super morto e super enterrado

- se compreendes vai.te embora - pedi, apontando para o corredor - vai.te embora e nao voltes - mandei e virei costas, entrando dentro do quarto. fechei a porta devagar e levei a mao a boca, começando a chorar

Depois de falar com a médica durante algum tempo, lá a consegui convencer a deixar a thea ir para o seu camarote. Tive quase que lhe prometer que a traria para cá se se sentisse mal. assim que chegámos ao seu camarote, fechei a porta e fui com ela até a sua cama - precisas que te faça alguma coisa princesita?

- nao. podes.te acomodar que eu vou so buscar o pijama. fica a vontade - sorri e tirei os saltos, diminuindo consideravelmente de tamanho. soltei o cabelo que caia em ondas e fui guardar os brincos no sitio. fui ate a casa de banho e lavei a cara para tirar a maquilhagem. olhei ao espelho, vendo a ferida e suspirei, passando a mao por ela. voltei para o quarto e fui buscar a t-shirt larga. despi o vestido e vesti.me rapido antes que ele reparasse nas, agora tenues, nodoas negras que ganhavam pequenas manchas novamente por causa do bruto do homem quase me ter arrancado o braço. quando acabei de arranjar a.k.a ficar em t-shirt e tanga sem nada demais arranjado, fui.me deitar ao pe dele

Observei-a enquanto mudava de roupa, bastante sorridente. Para mim ela nao precisava de se aperaltar toda para vir jantar comigo, pois eu acho-a linda de todas as maneiras. Mas confesso que é assim que a acho mais sexy, com uma t-shirt grande e nada mais.. De preferencia, com uma minha. Sorri mais abertamente com os meus pensamentos e aconcheguei-a a mim quando se deitou ao meu lado - és linda de qualquer maneira, mas eu adoro ver-te assim.. - confessei em murmurios

sorri com o seu elogio e olhei por cima do ombro para ele - estou despenteada, desmaquilhada e com uma t-shirt antiga e estás a dizer que preferes ver.me assim do que como estava no restaurante ? - perguntei, virando o corpo para ele - isso nao faz sentido roy - ri.me

- sim, é mesmo isso que eu estou a dizer - ri tambem, baixinho, aproximando mais o meu corpo do seu quando se virou para mim - tu tambem estavas linda la no restaurante, mas eu gosto mais de te ver assim, simples..para mim ficas bem mais atraente como estás agora, eu gosto de ti assim, como és.. nao preciso que te aperaltes todas, eu gosto de ti de qualquer maneira - sorridocemente, beijando-a depois

sorri e acariciei a sua bochecha - se tu achas que fico mais sexy, quem sou eu para te contrariar - ri.me e aconcheguei.me a ele, encostando a testa ao seu peito - ja nao dormiamos assim a muito tempo. Ja nem me lembro da ultima vez que tivemos assim

Sorri por ela não me tentar contrariar. Aconcheguei-a melhor e comecei a acarinhá-la - É verdade princesa, é verdade... Já não estávamos assim à muito tempo. Tive tantas saudades tuas - Murmurei, beijando o topo da sua cabeça

- eu também tive saudades tuas - admiti, roçando o meu nariz no seu peito - entao o que andaste a fazer neste momento em que tivemos separados ? - perguntei - deves ter recebido montes de numeros e convites de miudas

Sorri quando disse que tinha tido saudades e suspirei - Trabalhei apenas... Aproveitei para trabalhar mais tempo no restaurante, fiz mais umas horitas... Trabalhei de manhã à noite - Encolhi os ombros levemente - Mas tu arranjaste uma companhia para te entreteres.. - Sussurrei

- eu nao podia passar o tempo aqui entao fui ao bowling algumas vezes e o tommy ia sempre falar comigo e uma vez insistiu tanto que eu acabei por aceitar ir jantar com ele, nao foi nada demais. ele disse para me vestir bem, foi o que eu fiz - encolhi os ombros

- Disse o quê? Para te vestires bem? - Arregalei os olhos e fiz uma careta - O que é que ele quer dizer com isso? Que te vestes mal? Para além de cabrão é cabrão a dobrar - Suspirei e revirei os olhos

- Ele queria que eu fosse formal e arranjada e não me disse o que iamos fazer, só quando me vi a porta do golden é que percebi que iamos jantar ali - suspirei - eu por mim ia ao bowling ou assim, nao me fazia diferença nenhuma - encolhi os ombros - mas por um lado até foi bom ir jantar lá, fiz as pazes contigo

- sim.. costuma-se dizer que há males que vêm por bem.. Acho que foi isso que aconteceu hoje - Sorri docemente e voltei a beijar o topo da sua cabeça com carinho

- escusava era de ter pensado que tinhas morrido - suspirei - nao gostei disso, nao gostei mesmo nada. senti.me mal. era como se tivesses levado metade de mim contigo principalmente porque a ultima coisa que te disse foi para nunca mais me falares. - apertei.o contra mim

- Eu também não gostei.. Foi tudo muito rápido, mas pareceu demorar uma eternidade, e foi horrível.. Fiquei muito assustado e eu não me assusto facilmente - Suspirei também - Deixa princesa, não penses mais nisso.. Estamos bem..

suspirei e aconcheguei.me a ele. soltei um gemido doloroso quando o seu braço ao me puxar para si fez pressao sobre a zona onde ainda me doia. respirei fundo e esperei que ele nao reparasse na minha queixa - desculpa, eu exagerei um bocadinho em te mandar embora e pedir para nunca mais te falar mas eu fiquei mesmo magoada