Room 310

Olhei algumas vezes por cima do ombro, sorrindo ao ver que me seguia, com um andar determinado e uma cara furiosa. Fiz um sorriso desafiador e subi as escadas que ligavam ao andar do meu camarote; quando lá cheguei, aproveitei a vantagem de estar à sua frente e escondi-me atrás de um pilar junto às escadas. Quando a nadadora salvadora irritante chegou ao cimo das escadas, estendi o braço e apanhei-a desprevenida, encostando-a à parede.
Sorri-lhe de forma marota e ri-me, colando os meus lábios aos seus, assim como o corpo; agarrei-a pelos pulsos e coloquei-os ao lado da sua cabeça.

Continuei a segui-lo sabe-se lá para onde, nem estava a prestar atenção a isso pois ia apenas determinada em vingar-me dele. Eu tinha apenas deitado uma pequena quantidade de bebida em cima dele mas ele tinha despejado um copo por dentro da minha camisola.
Subi as escadas e franzi a testa quando me apercebi que o tinha perdido de vista, revirei os olhos e continuei a andar até ser puxada de repente. - Larga-me! - resmunguei quando vi que era ele. Virei a minha cara para o lado quando senti os seus lábios contra os meus e tentei empurrá-lo, o que era um pouco impossível. - Deixa-me! - resmunguei mexendo-me toda.

Continuei a rir-me, abanando a cabeça; depositei um beijo molhado no seu pescoço e mordi-lhe a pele levemente.
- Continua a tentar. - gozei e afastei-me, continuando a caminhar para bem longe dela.

- Não te rias que não tem piada! - resmunguei revirando os olhos e encolhi o pescoço todo ao sentir a sua boca no mesmo.
Abanei a cabeça e continuei a andar atrás dele. - Juro que te vais arrepender de te teres metido comigo. - fui falando enquanto seguia sempre atrás dele.

- Claro que não tem piada.
Continuei a rir-me e a afastar-me em direção ao meu camarote.
- Como pensas vingar-te? - gozei com ela enquanto tirava o cartão do bolso.

Continuei sempre atrás dele, cada vez mais furiosa. - Nem queiras saber. - disse bem alto apesar de cada vez estar mais próxima dele. - Vais arrepender-te mesmo e vais parar de me irritar de uma vez por todas. - retorqui.

Ri-me.
- Diz-me lá o que vais fazer. É que corres o risco de não poderes vingar-te. - disse, andando rápido.

- Não hei-de poder vingar-me porquê? - perguntei com um ar furioso. A sério que eu estava a deixar-me irritar por causa daquele estúpido?
Continuei a andar em direcção a ele seguindo a velocidade dos seus passos.

Estendi a mão e abri a porta do meu quarto, entrando no mesmo.
- Porque já estou em "casa", obrigado pela companhia. - gozei e fechei a porta.

Bufei para o ar quando ele entrou dentro de um camarote, o seu camarote. Que raiva me estava a meter.
Caminhei até ficar em frente à porta e comecei a bater na mesma com força. - Abre a porta! - gritei alto.

Ri-me alto, encostando-me à porta.
- Diz-me qual é a vingança, então. - disse-lhe alto também.

- Não digo nada. Não se dizem essas coisas não achas? - perguntei revirando os olhos apesar de ele nem me estar a ver. - Tu és o inimigo, não revelo os meus segredos. - retorqui fazendo uma cara confusa por ter dito aquilo.

Ri-me alto.
- Tenho uma cama aqui. Tréguas? - gozei com ela. - Tu também viraste em mim. - despi a t-shirt e as calças enquanto falava.

- Para que é que eu quero uma cama? - perguntei batendo de novo na porta de maneira a chatea-lo e a fazê-lo abri-la.
- Foi só um bocadinho, tu viraste o copo todo em mim. - resmunguei.

- Para rebolares nela comigo. - gozei.
Abanei a cabeça apesar de ela não ver.
- Não vou abrir a porta, loirinha.

- Sim, continua a sonhar com isso. - revirei os olhos e encostei-me à porta, já estava cansada de estar para ali a bater nela.
- Não vais abrir porquê? - perguntei. - Estás com medo de uma rapariga é?

Ri-me.
- Estou a tratar do meu amigo cá de baixo. - gozei com ela. - Só abro se quiseres ajudar, mesmo.

Revirei os olhos ao que ele disse e bufei para o ar já sem paciência nenhuma. - Pára de gozar comigo. - gritei-lhe.
- E sou lésbica! - acrescentei tentando não me rir.

Fiz uma careta.
- Não estou a gozar. - disse seriamente.
Ri-me.
- Não, não és. Não te irritarias, míuda.

- Estás sim! - insisti, se não estava a gozar comigo estava a fazer o quê?
Revirei os olhos. - irrita-me na mesma. - resmunguei e bati uma vez mais na porta.

- Não, eu estou mesmo a fazer o que disse. - disse seriamente, enquanto apanhava a minha roupa do chão.
- Diz-me o teu nome, oh loirinha.

- Sim. - acabei por dizer e voltei a revirar os olhos impacientemente.
Abanei a cabeça apesar de ele não ver. - Não digo nada, depois vais andar a perseguir-me! - retorqui.

Ri-me.
- Então vais ficar aí à espera.

Revirei os olhos mais uma vez e deixei-me ficar encostada à porta.
- Não vou nada. - disse num resmungo.