Ristorante Italiano

Se assim era, eu podia diverti-la. - Eu, armar-me em parvo? - Soei aquilo com que se fosse absurdo - Eu não me armo em parvo. E eu sou bastante normal, fora a minha profissão.

- quando eu digo parvo e agires como uma pessoa normal e deixares de ser convencido e maniento. tenta ser um rapaz de 20 e poucos anos. - pousei o menu - ja escolheste ? - perguntei

-Não não podes ser partilhado! - revirei os olhos. Pus-lhe a mão no cotovelo e conduzi-o até a um banco, tentando conter-me para não dar outra lambidela no gelado. Quase que me engasguei com o ar quando ouvi a piada dele - Muito engraçado. - fingi-me indiferente. Virei a cara para o outro lado para que ele não visse que me queria rir.

-Está bem, pigmeu ciumento.
-Epá o gelado está mesmo bom - disse provando um bocado.
-Eu sei, eu devia ser comediante, não achas?

-Não me chames pigmeu! E nem sou ciumenta. - não pude deixar de me rir porque se havia coisa que eu era era ciumenta - Devias. Acho que tens carreira garantida. - peguei na colher que me era destinada e tirei um bocado, levando-o à boca - Porra, que bom.

-Tu não és ciumenta e eu não tenho cabelo.
-Sabes onde é que sabe melhor? - perguntei - Na minha boca.

-Shiu. - bati-lhe com a minha colher nos lábios devagarinho - Ai é? - dei-lhe um meio sorriso e aproximei a cara da dele. Rocei os nossos nariz e pressionei os lábios ao de leve contra os dele - Deixa-me experimentar. - pedi.

-Yup - acenei.
Meti uma colher cheia de gelado na boca e beijei-a, deixando-o derreter-se.
-Eu sou tão nojento - fiz uma careta e voltei a beijá-la.

Afastei-me um bocadinho para o deixar pôr a colher na boca e assim que a retirou encostei os lábios aos dele, beijando-o - Eu gosto de ti badalhoquinho. - lambi os lábios - E agora voltemos ao gelado antes que isto dê para o torto. - voltei a comer o gelado, desta vez com a minha própria colher.

-Eu acho que ia ser tudo muito direito, se é que me entendes - ri-me.
-Okay, vou calar-me - voltei a focar-me no gelado.
Quando acabámos, fui devolver a taça e voltei para perto de Madison.
-Nem comer sabes, olha para essa boca - ela estava toda besuntada de gelado, mas era mais um pretexto para eu a beijar e assim o fiz.

-Simon, está caladinho. - ri-me à gargalhada e lá continuei a comer o gelado com ele. Quando dei por mim já não havia nada. Fiquei a vê-lo ir ao lixo, mordendo o lábio ao olhar para aquele deus da fruta mas aprecei-me a disfarçar assim que o vi voltar. Revirei os olhos com o que ele disse - Se não fosses t- - fui impedida de continuar a frase. Deslizei no banco para mais perto dele a meio do beijo, pousando a mão na perna dele onde me apoiei para lhe chegar aos lábios mais facilmente.

-Já agora, pára de olhar para o meu rabo quando eu me levanto - brinquei - Anda, vamos sair daqui - levantei-me e puxei-a para debaixo do meu braço.

-É pelas vezes que olhas para o meu. - enterrei o indicador na covinha dele, levantando-me quando ele o fez também. Aconcheguei-me debaixo do braço dele e olhei para cima - Já a querer levar-me para a cama no primeiro encontro? O menino é muito atrevido! - fingi-me escandalizada.

-Eu só disse para irmos andando, não te disse para onde te queria levar! Olha quem sabe até pode ser no chão...ou no chuveiro, em cima da mesa, ou já aqui no chão para toda a gente ver - murmurei-lhe ao ouvido.

-Então vais levar-me onde? A ver o espaço na Tardis? - revirei os olhos. Arrepiei-me dos pés à cabeça quando ele me murmurou ao ouvido. Aquela voz rouca iria ter sempre o efeito desejado - Não digas disparates. A imagem da tua cara linda durante o sexo é exclusivamente só para mim, mais ninguém pode ver.

-Infelizmente eu não sou o Doctor - suspirei dramaticamente mas por dentro estava ultra feliz por ela saber o que é Doctor Who.
-Então devias ver a tua - mordi o lábio.

MORRENDO:

Encolhi os ombros. Se estivesse rodeado de amigos, talvez fosse eu, o "normal". Não sabia se conseguiria ser assim com Aqua. - Veremos, miúda - respondi com um sorriso divertido. - Sim, já. Vou pedir o Fusilli especial da casa. E tu?

- podes pedir o mesmo para mim, nunca vim aqui - sorri e pousei o menu - podes agir normalmente comigo, sou so uma conhecida e posso vir a ser amiga, nao te vou morder - soltei uma gargalhada

Claramente, esta também era a minha primeira vez naquela restaurante. Esperava estar a fazer a escolha certa. - Está bem, então. - fiz sinal para que um dos empregados se aproximasse - Contigo a falar assim, até parece que me estou a conter de me descontrair perto de ti.

- nao sei se te estas a conter mas pareces que o estas a fazer - encolhi os ombros - mas podes ficar a vontade como se fosse um dos teus amigos

A observação dela era essa? Era apenas a terceira vez que nos víamos. - Se eu me metesse nesse à-vontade, não poderíamos estar num restaurante como este. Seria escandaloso - respondi em tom de gozo.

- gostava de conhecer esse mac - sorri - o que é escandaloso e divertido e nao - apontei para ele - este mac que me chama de miuda e tem a mania que e todo bom - expliquei

- Talvez um dia - respondi, com um semi-sorriso. Mas não consegui conter umas risadas. Ela já tinha a minha imagem projectada: um Mac egocêntrico, ao que parecia. - Gosto de te chamar de miúda. E o que Mac que vês à tua frente é o mesmo Mac de sempre. Eu não mudo, apenas faço as coisas de maneira diferente.

- mas desta maneira so me mostras o mac modelo que tem a mania que é bom e todas o querem. gostava de ver um rapaz divertido que faz piadas, uma coisa assim - encolhi os ombros - e miuda e um nome vulgar ao contrario de aqua que é unico

- Talvez não exista um Mac assim - acabei por responder, num tom ligeiramente distante. - Se insistes, vou chamar-te de Aqua a partir de agora.