Room 310

Ri-me.
- Então é porque te vais embora, certo? - gozei com ela.

- Sim, vou-me embora e nunca mais me vais ver. Vou evitar ir a todos os sítios que tu vais. - disse sem parar. - Ah, e vê se não vais à piscina nas horas em que estou lá a trabalhar. - acrescentei.

Sorri.
- Eu vou onde quero e bem me apetece.
Abri a porta e encarei-a.

- Não vais nada! - exclamei e quase caia no meio do chão quando ele abriu a porta de repente.
Recompus-me e olhei para ele de olhos semicerrados. - Ganhaste coragem foi?

- Vou. Sou livre. - gozei.
Encolhi os ombros e encostei-me à porta.
- Parece que sim. Ou acabei o que estava a fazer. - fiz uma careta. - O que ainda fazes aí?

- Não vais. - resmunguei de novo e franzi a testa abanando com a cabeça.
- Vou vingar-me de ti. - encolhi os ombros, só não sabia era como mas pronto.

Abanei a cabeça.
- Nem discuto isso contigo.
Cedi-lhe passagem.
- Quero ver isso então.
Quando ela entrou, fechei a porta e fiz com que se encostasse à parede.

Fulminei-o com o olhar quando depois de eu entrar no quarto me encostou contra a parede. - Podes parar de me agarrar e essas coisas? - perguntei com cara de má.

Fiz um sorriso traquina enquanto fechava a porta.
- E porque haveria de fazer isso? - provoquei-a, abanando a cabeça. - Apetece-me esmagar-te contra essa parede e mostrar-te como não és lésbica nenhuma. - disse sinceramente e fui buscar um cigarro, indo até à varanda fumar.

Arregalei ligeiramente os olhos com o que ele disse e acabei por abanar com a cabeça enquanto ia atrás dele para a varanda. O camarote dele era enorme em comparação com o meu, ele era da classe alta e eu, bem eu era da baixa. Suspirei e parei de andar assim que cheguei perto dele. - E sou lésbica, és-me completamente indiferente. - encolhi os ombros.

Encostei-me à parede enquanto fumava, olhando para a noite e para os reflexos no oceano.
- Estás a tentar fazer com que eu te dispa? - olhei para ela, demonstrando que estava desejoso de fazê-lo só pelo olhar.

- Claro que não. - fiz um sorriso forçado e encostei-me também eu à parede reparando na maneira como ele me olhava.
- Eu sei que sou irresistivel. - encolhi os ombros.

- Não és irresistivel. Simplesmente és uma gaja que me irrita. - encolhi os ombros.
Levei o cigarro à boca novamente e fumei.

- Por ser irritante não quer dizer que não seja irresistivel. - retorqui. - Aliás, talvez seja por esse motivo que seja irresistivel. - encolhi os ombros e fitei o oceano que se estendia à nossa frente. Era lindo.

Abanei a cabeça com um sorriso.
- Mas não és. - ri-me.
Olhei para ela.
- A tua vingança perdeu-se?

- Sou sim. - disse de olhos semicerrados.
Deixei de olhar para o mar e olhei para ele, Bryan. Era esse o seu nome, sorri para mim, ele nem sequer sabia o meu ainda. - Não, não se perdeu. - retorqui seriamente.

Abanei a cabeça.
- Já sei a tua vingança: não me dizeres o teu nome. Previsível. - encolhi os ombros levemente.
Entrei no quarto novamente.

- Não, não é nada isso a minha vingança. - retorqui olhando para ele e seguindo-o com o olhar quando entrou no quarto de novo. - Isso do nome é apenas um pormenor. - encolhi os ombros. - Tenho de pensar em alguma coisa em grande. - disse mais para mim do que para ele.

Comecei a rir-me bastante alto.
- Tu ainda nem pensaste? Eu vou é dormir, então. - abanei a cabeça e deitei-me na cama, sem a desfazer.

Revirei os olhos. - Não é de um momento para o outro que se tem uma ideia de génio não achas?
Andei até ficar ligeiramente perto da cama. - Dorme dorme. - disse olhando para ele.

Abanei a cabeça, continuando a rir-me.
- Fode comigo enquanto não tens ideias. - provoquei-a ao ver que se aproximava da cama.

Semicerrei os olhos ao que ele disse. - Sou lésbica. - retorqui. - Quando é que vais meter isso na cabeça? - perguntei e encostei-me à parede em frente à cama. - Além disso não sou as tuas amigas fáceis que vão para a cama com qualquer um. - acrescentei encolhendo os ombros.

Ri-me.
- Sei que não és lésbica, miúda.
Encolhi os ombros.
- Não sou qualquer um. Sou o Bryan. Já tu és qualquer uma visto que pareces não ter nome. - fiz uma careta.

- Porque é que achas que não sou lésbica? - perguntei de sobrolho franzido enquanto continuava com os olhos postos nele.
- Não sou nada qualquer uma. - retorqui bufando para o ar. - Chamo-me Miriam. - acabei por lhe dizer.

- Eu já te expliquei.
Levantei-me da cama e andei até ela, sorrindo.
- Nome interessante. Serás interessante noutros aspetos? - continuei com as provocações.