Room 311

Assim que saí da piscina vim diretamente para o quarto. Sentei-me na cama, pois apesar de não ter estado a fazer nada de especial parecia que tinha acabado de correr a maratona. Ainda era só o primeiro dia e já tinha um "inimigo". Deitei-me na cama e acabei por adormecer.
Acordei com batidas na minha porta. Levantei-me a custo, esfregando os olhos no caminho para a porta.
-Madison! - ouvi a voz da minha irmã.
-Estou a ir! - respondi na minha língua materna. Com a família nunca falava inglês, só muito raramente - Olá. - abri a porta.
-Onde estiveste?
-Na piscina. - apontei para o meu biquíni - E agora vou tomar banho.
-Hum, está bem. Os pais pediram para te dizer que mais logo vamos jantar. Não te atrases.
-Sabes que nunca falto. - ri-me.
Despedi-me dela e fui tomar um banho. Quando terminei espreitei pela janela. Não tinha bem a certeza de onde estava mas o tempo estava nublado por isso não convinha ir muito descapotável. Optei por umas skinny jeans salmão, uma blusa de manga comprida meio transparente branca e os meus all star. Penteei-me e saí do quarto.

Enquanto caminhava pelos corredores em direção ao meu camarote sentia um aperto no peito, como se tivesse feito alguma coisa de errado. E de facto tinha: tinha-o deixado beijar-me e quase que o deixava fazer coisas piores. Dei um murro na parede. Ele frustrava-me tanto. Quando cheguei ao quarto assustei-me ao ver os meus pais sentados na minha - Mãe... Pai... - sinceramente não sabia o que dizer.
-Onde é que estiveste Madison?
-Fora...
-Isso já nós tínhamos reparado! - as caras deles diziam-me que estava metida em grandes sarilhos - Nem apareceste no jantar!
-Desculpem! Eu cheguei atrasada e depois fiquei com medo e fui sair e....
-Onde é que dormiste? - congelei com a pergunta. Eles não podiam saber que eu tinha dormido com o Simon.
-Com uma amiga que conheci. Ela deixou-me ir a casa dela.
-E achas bem teres ido a casa de um estranho, Madison? Sempre te tomei por mais inteligente. - o meu pai falou pela primeira vez.
-Desculpem... - baixei o olhar.
-Estás de castigo. Não podes sair do teu quarto sem ser connosco ou para ir comer.
-Mas... mas...
-Mas nada! Acabou a conversa. - levantaram-me os dois ao mesmo tempo. A minha mãe fez uma careta quando passou por mim - E toma um banho. Cheiras a álcool. - saíram do quarto.
Mas que merda! Agora estava prisioneira no meu próprio quarto e a culpa era toda daquele estúpido! E ele nem tinha merecido o esforço. Tinha-me tratado como se eu fosse lixo. Suprimi as lágrimas e assim que me acalmei fui tomar um banho.

O caminho até aos corredores dos quartos foi um bocado constrangedor e ela mantinha-se a 3000 metros de mim, com medo que eu lhe mordesse, provavelmente.
-Cucu - voltei a dizer depois de um bocado de silêncio.

Felizmente ele não se meteu comigo o caminho inteiro. Assim era mais fácil ser uma menina comportada. Mas também ele decidiu logo falar na pior altura - Shiu! - levei o dedo aos lábios - Vens ou ficas? É que se vieres tens que calar a boca. O quarto dos meus pais é em frente e eu não sei se eles estão lá. - rezei à santa margarida para que ele não viesse e à joana para que viesse.

Eu não tinha nada para fazer, por isso mais valia divertir-me um bocado.
-Eu vou - falei baixinho e segui-a até ao quarto.

A santa joana ouviu as minhas preces e ele aceitou vir para o meu quarto. Margarida, esperava mais de ti! Andamos pelo corredor pé ante pé e chegamos ao quarto em segurança. Fechei a porta e já lá dentro agarrei-lhe no pulso e conduzi-o até à cama, sentando-o lá - Agora ficas aqui quietinho enquanto eu tomo banho, sim? - dei-lhe uma chapadinha na cara.

-Está bem - fiz uma careta quando ela me bateu na cara - Ou se quiseres companhia - mandei-lhe um sorriso porco, mas apressei-me logo - Estou a brincar, eu fico aqui quieto.

Estava preparada para lhe bater outra vez mas ele decidiu escolher o caminho certo e deixar-se de parvoíces - Lindo menino. - bati-lhe no cimo da cabeça ao de leve e fiz um sorriso de parva. Fui até ao meu armário, de onde tirei duas toalhas e a minha lingerie - Quietinho. - avisei uma última vez antes de desaparecer na casa de banho.

-Eu não sou nenhum cão - resmunguei.
-Não estou a fazer nada - comecei a olhar para o quarto e estava a tentar encontrar fotos embaraçosas dela, mas nada.
Comecei a trautear baixinho até ela chegar.

Despi-me, tomei o meu banho, tendo cuidado para não demorar muito tempo, e depois de me secar e vestir a lingerie voltei para o quarto - Voltei! - olhei para a cama. Surpreendentemente ele estava no mesmo sítio - Cumpriste o que eu te disse. Wow. - ri-me. Abri a gaveta à procura de algo para vestir.

Estava distraído a olhar para o nada, até que a Madison sai da casa de banho, só em lingerie. Merda.
-Se queres que eu não seja porco, não apareças assim à minha frente
-E sim, estive aqui quieto!

-Se não me queres ver assim começa a fazer o que eu digo. - dei-lhe um sorriso falso - O que é que eu visto? - perguntei para o ar. Já tinha passado pelas minhas roupas quase todas e nenhuma me parecia certa.

-Não.
-Nada, é fácil! Andar nu é que é fixe! - deitei-ma na cama e cruzei as pernas.

-Primeiro dizes que não queres que ande despida, depois dizes-me para não vestir nada. Sinceramente. - abanei a cabeça com um ar desiludido estampado na cara - E o pior é que eu considerei essa hipótese. Triste. - tirei uma t-shirt gigante e vesti-a. Quando fossem horas de jantar logo me vestia melhor.

-Eu prefiro que não vistas nada, do que ter de escolher roupa - fiz uma careta e engoli em seco quando ela vestiu a t-shirt, ficava tão sexy.
-Eu acho que daqui a pouco a tua t-shirt vai voar.

-Eu sei que me preferes sem roupa. - arrumei a gaveta, fechei-a e fui sentar-me ao lado dele na cama - Hell no, Simon! Nem penses que essas tuas mãos vão tocar em mim. Again. - olhei em volta do quarto - O que é que vamos fazer? Não podemos estar quietos.

-Ah, porquê? - fiz beicinho mas rapidamente a mudei para uma de safado.
-Eu tenho ideias, mas tu de certeza que não as queres aceitar.

-Porque eu não quero as tuas mãos no meu corpo. Tão simples quanto isso. - já consigo ouvir a música do inferno entoar na minha cabeça. Eles estão à minha espera - Tira essa cara de safado. - dei-lhe um encontrão.

-Mentirosa, digo outra vez. Tu estás deserta para sentires estas duas outra vez, não queres é admitir.
-Não dá, nasci com ela. - agravei ainda mais a cara e cheguei-me mais para perto dela.

-Não estou, não estou, não estou. Tu é que deves estar desejoso para sentir a minha na tua cara. Não te calas! - cheguei-me mais para o lado assim que ele se começou a armar em espertalhão - Para com isso! É perturbador. - estiquei um braço na direção dele para o impedir de se mexer mais.

-Se for da maneira que eu estou a pensar, não me importava nada.
-Tu tens é medo que eu te viole. Mas nem seria violação, porque tu também queres - agarrei no braço dela e puxei-a para mim - Cucu - disse muito perto da cara dela.

-Não é da forma que estás a pensar. - revirei os olhos - É de forma violenta e impiedosa. - semicerrei os olhos. Dei um gritinho quando ele me puxou para ele - Não quero. - ateimei com os olhos fixados no dele e a minha cara mais séria.

-Sexo hardcore, fixe - passei a língua nos lábios.
-Tens a certeza? Eu posso-te fazer sentir muito bem - disse num ar gozão, mas estava meio a falar a sério.

-Sexo hardcore o caraças. Entre nós não há nenhum tipo de sexo. Não há sexo simplesmente. - lá estava ele a deixar-me passada da cabeça outra vez - Duvido. Aposto que nem sequer levantas como deve ser. - provoquei-o.