Room 310

Não sabia porquê mas o sono não estava a vir, ou então até tinha sono mas não conseguia dormir. Suspirei baixinho e puxei o lençol para cima para me tapar.

Bufei.
- Se tiveres frio tens mais lençóis no armário. - disse-lhe.

- Não tenho. - disse apenas e revirei os olhos. Não tinha escolhido ter de passar ali a noite por isso ele não tinha nada que estar chateado comigo ou lá o que fosse.

Suspirei.
- Ainda bem então. - disse e voltei a fechar os olhos.

- Sim. - ajeitei-me melhor na cama e fechei os olhos tentando mesmo adormecer. O que deu resultado, pois uns minutos depois já estava a dormir.

Acabei por adormecer.
*

Esfreguei os olhos quando acordei já na manhã seguinte com o sol a bater-me da cara. Espreguicei-me e olhei de canto para o Bryan que ainda estava a dormir.

Acordei e espreguicei-me, levantando-me da cama e dirigindo-me à porta. Procurei o meu cartão e passei pela ranhura do mesmo.

Olhei-o quando se dirigiu à porta e acabei por me sentar na cama esfregando os olhos.
- Já dá? - perguntei-lhe.

Abri a porta.
- Sim, estava encravada. - disse simplesmente, voltando a fechar a mesma.

- Ainda bem. - disse e levantei-me da cama preparando-me para ir embora. - Obrigada. - agradeci-lhe, porque apesar de não parecer, no fundo eu até era um bocado simpática.

Arqueei o sobrolho.
- Agradeceste-me porquê, mesmo?

Encolhi os ombros e olhei para ele. - Hmm por teres-me deixado dormir aqui... apesar de não haver outra solução. - voltei a encolher os ombros.

- Havia. Eu disse para te mandares da janela.
Encolhi os ombros.

Revirei os olhos.
- Isso não era uma solução a sério. - resmunguei e caminhei para a porta.

Ri-me.
- Acredita que era, miúda. - disse seriamente.

Olhei-o com cara de má e fiz-lhe uma careta. - Depois morrias de saudades minhas. - gozei com ele.

Ri-me amargamente.
- Tu estás cheia de esperanças.

Abanei negativamente a cabeça. - Não tenho nada disso porque não quero nada de ti. - retorqui com um encolher de ombros.

Ri-me, abanando a cabeça. Levantei-me e fechei a porta, encostando-a à parede bruptamente; levei as minhas mãos aos seus pulsos para ela não se atrever a fazer fosse o que fosse e prendi as suas pernas com as minhas pela mesma razão.
Capturei os seus lábios para um beijo que certamente a deixaria sem fôlego.

Franzi a testa ficando a olhar para ele enquanto me segurava toda de tal maneira a que eu já não conseguia mexer-me. Ia para mandá-lo largar-me mas foi impossível porque no instante seguinte a sua boca estava colada à minha. Mexi-me toda tentando soltar-me dos seus braços e resistir ao beijo, o que era difícil visto que ele estava todo em cima de mim. Mordi-lhe o lábio mas acabei por beijá-lo também.

Sorri contra os seus lábios, vitorioso, e mordi-lhe o inferior enquanto encarava os seus olhos.
- Depois não digas que não me queres. - gozei com ela, continuando na mesma posição, com os meus lábios a milímetros dos seus. - Porquê que te fazes de difícil, mesmo? - arqueei ligeiramente o sobrolho.

Olhei para ele e semicerrei os olhos. - E não quero. Continuo a não querer. - encolhi ligeiramente os ombros e encostei a cabeça contra a parede de maneira a afastar-me mais dos seus lábios.
- Porque sou difícil e sou lésbica. - retorqui seriamente.

Ri-me, abanando a cabeça.
- Achas que eu acredito nisso, Miriam? - gozei com ela. - Se me disseres que és bi, eu acredito, por acaso. - encolhi os ombros.
Puxei-a para mim e voltei a beijá-la da mesma forma.

- Porque é que não haverias de acreditar? - perguntei ainda a olhá-lo.
Tentei afastar-me de novo quando me beijou mais uma vez. - Pára de me beijar. - resmunguei contra a sua boca.